sábado, 14 de maio de 2016

O último Outono



Os outonos não terminaram, mas há pouco o último outono passou, já estamos no inverno, um inverno não tão frio, infelizmente.
 E eu estou aqui, escrevendo para a única leitora desse blog: eu mesma.
 De alguma forma me era agradável ver o tempo passar desde a última postagem, ver fazer em fim um ano desde a última vez em que escrevi aqui, não queria interromper esse ciclo, queria que o meu eu de agora ficasse cada vez mais distante do meu eu de antes.
 Porém, hoje eu não resisti. Pensando bem, sinto falta de quem eu era, daquela menina, se posso assim chamar, que começou a escrever aqui, imatura, e com imaturidade se foi. Sinto falta de tê-la aqui comigo, sinto estranhamente a falta daquela infeliz do passado e isso é triste.
 De alguma forma, tento analisar quem eu sou hoje e quem eu fui no passado. Tanta coisa me aconteceu, e eu, agora estou prestes a fazer 19 anos...
 O tempo passa insignificante aos meus olhos, a vida de certa forma com toda essa efemeridade tornou-se tão pouco para mim, que sinceramente sinto vergonha, vergonha e medo de dizer que estou por me perder.
 Nada tem tanto significado aqui na terra, há não ser um tipo de pensamento que me acorda durante a noite e me persegue durante o dia. Apenas esse pensamento, de resto, tudo me é estranho.
 Escrever aqui era certamente diferente, eu tinha uma grande liberdade de ser quem eu quisesse, de falar qualquer coisa... De voar sozinha em um céu imaginário, sem ninguém, confortavelmente só.
 Gostaria de pedir de aniversário a força dessa Andrea que iniciou esse blog, a autonomia, a coragem, a sensibilidade racional, ela não morreu, está em algum lugar, preciso apenas encontra-la.
 De resto isso é tudo. Nesse último Outono, tudo que quero é um pouco dos outonos passados...