segunda-feira, 30 de março de 2015

Outono para alguém


Ela nunca o disse, embora por muitas das vezes o quis. Mas o que ela queria dele era bem menos do que o que ele queria dela.
 Ela queria apenas o fazer feliz.
 Queria enfeitar seus domingos com abraços e carinhos bem melhores do que o vazio de uma escuridão que cegam seus olhos e inverte sua imagem.
  Queria apenas o ensinar a ver o mundo com olhos mais altivos, olhar para as estrelas em uma noite enluarada e escutar músicas que fazem bem.
 Queria cuidar e ajuda-lo a superar as dores que marcam o seus corpo com formas e cores que ele mesmo o fez.
 Queria mostra-lo que resolver os problemas é bem melhor que fazer um desenho por cima dele.
 Queria que ele enxergasse o quanto era especial e que o mal nunca é um bem.
 Queria que ele sentisse orgulho de si próprio sem medo de dizer ao mundo que tem opiniões diferentes.
 Queria apenas o fazer bem, sem exigir nada em troca. Queria ama-lo e para isso queria apenas a sua permissão.
 Queria mostrar para ele o que mostraram para ela.
 Queria mostra-lo as cores, todas as cores que enfeitam o mundo e que a faziam sorrir.
 Queria o ensinar a sorrir sem precisar "comprar sorrisos artificiais em uma farmácia"...
 Queria ama-lo e isso é tudo, e sofreu não por não ter o seu amor, mas por não poder ama-lo mais.
 E soube e descobriu um sorriso lindo de outra pessoa, que não exigia nada dela.
 Mas ela pensou e pensou, pois não queria desistir dele,  pois saberia que como antes ele andaria desgovernado pelas ruas de cabeça baixa e fone no ouvido.
 Que ele choraria sozinho e não teria ninguém  para segurar a sua mão e dizer  que não desistiria dele.
 Ela sabia que ele não choraria na frente de ninguém.
 Porém não podia fazer mais nada, além de tentar ajuda-lo distante.
 E ela olhou para trás (como sempre o fez, e o fez pela última vez) e viu o portão de sua casa e foi viver a sua vida.
 Amar quem sorrir para ela mesmo que ela nunca tenha sorrido de volta, dizer "te amo", para alguém em que ela não precisaria ensinar a palavra amor. Fazer feliz, pois não queria fazer ninguém sofrer.
 E seguiu, e se distanciou do portão vermelho que nunca se abriu.


quinta-feira, 26 de março de 2015

Outono, gatos e outras coisas!

Levantei cedo, isso por que iríamos sair bem cedo (minha irmã e eu) passear por aí e olhar alguns animaizinhos lá no chamado "Mercadão".
 Sem compromisso nenhum, entramos em uma loja de animais onde três mau humorados se instalavam conversando bobagens, mas  logo na entrada, quatro filhotinhos de gatos Siameses (meus animaizinhos preferidos) me chamaram a atenção, como eram simpáticos! Nada em comum com aqueles vendedores.
 Coloquei meu dedo dentro da gaiola e eles vieram brincar, inclusive um estava tão animado com a ideia que virou-se de barriguinha para cima...
 Eles custavam R$80,00.
  Minha irmã que gosta muito de cachorrinhos se aventurou a direcionar as palavras a um dos mau humorados  e perguntar se haviam, o homem que parecia está devendo a própria barba  (concluir isso devido ao seu nível de estresse) disse: "Estão ali (apontou o dedo para um lugar não definido), mas não estamos vendendo porque parecem que estão "um pouco" doentes".
 Sim, Ok! Depois de finalmente encontrarmos a direção pelo qual o homem se referia, eis que achamos os cachorrinhos: Mortos!
  Andreza então diz: "Estão mortos! "
  E o homem "simpático" faz o brilhante pronunciamento: "Ah! se estão mortos aí que não tem jeito de vender mesmo!"
  Fomos embora, em busca de outra loja.
  Lá no fundinho do "Mercadão" encontramos uma outra loja, essa mais aconchegante: Havia um coelho dividindo seu alimento com uma galinha, uma galinha engraçada que mesmo eu sendo um ser do interior nunca vi igual (cogito a possibilidade de não ser uma galinha) e... Gatos! Sim, belos gatinhos Siameses!
  Eles se alimentavam de uma raçãozinha colorida, e fofinhos me observam, enquanto eu, encantada os olhava...
 No fundo da loja, um rapaz conversava com um senhor enquanto pegava ração para todos aqueles animais.
 Minha irmã e eu andávamos pela loja observando tudo : Havia um peixe com olhos gigantes e um outro com a testa bem maior que o olho do outro peixe!
 E também ratos, pequeninos ratos que não sei por que motivo se enterravam na serragem, havia um outro rato maior e  esse estava solitário dentro do seu recipiente de comida onde me parece que loucamente ele o faz de cama (talvez ele coma a serragem e deita-se na ração).
E um poodle que pulava na gaiolinha chamando a atenção.
 Aqueles gatinhos eram muito lindinhos, então me direcionei ao rapaz e disse : "Moço quanto custa o gato?"
E pela reação do rapaz acho que ele pensou que o gato era ele:
 _Oi?
_O gato moço, aqueles gatinhos ali!
_São R$80,00.
_Faz por menos?
_R$70,00.
_Por menos?
_Por menos não dá!
Eu havia levado R$50,00 e minha irmã tinha R$20,00 o que nos dá um total de "dinheiro suficiente para comprar um gatinho".
Andreza não gosta muito de felinos e não quis de maneira nenhuma me emprestar os vinte reais, então ficamos passeando dentro da loja olhando os bichinhos.
 Eu pensava comigo: "Poxa... Quanto custa um ratinho? São tão pequenininhos devem custar R$1,00!"
 Andreza pensava o mesmo e vai até o rapaz e pergunta:
 _Moço quanto custa o rato?
 _R$20,00!
Atônicas percebendo que além das passagens de ônibus, os ratos também aumentaram de preço falamos: "Mas está caro esse rato né moço?" e rimos e rimos... Rimos até o moço dizer:
_Não é rato é hamster  !"
E acho que ele concluiu assim:
 _Rato é o Ratatouille!
 Andreza ainda se arriscou :
_Moço aqui aceita cartão de crédito?
_Não!
E logo após, ela diz uma que foi a última gota do copo transbordando:
_E na notinha, você faz?
_Ué moça... Eu posso fazer a notinha para você  em um papel de pão!
 Bem, em silêncio nos retiramos enquanto o moço sorria!
 Depois de passar umas 3 horas ajudando minha irmã a escolher meias, liguei para minha mãe que é tão apaixonada por gatos quanto eu, e ela convence Andreza Duro Coração a emprestar-me os R$20,00, aliás os R$18,50 pois a madame havia comprado uma meia com o dinheiro.
 Rapidamente fomos novamente ao Mercadão em busca do meu precioso "Ronildo" que deveria ser macho.
 Chegando já na porta, o moço diz:
 _E aí vão levar o gato?
 _Temos  R$68,50!
E lá foi o moço a pegar uma caixa para colocar o gatinho...
 Enquanto o moço preparava a caixa e fazia perguntas como: "Onde você vai Colocar o gato?" "O que vai dar para ele comer?" e outras coisinhas, chegou dois menininhos que antes de dizerem algo, o de cabelinho preto com muita dificuldade retira um dinheiro do bolso: R$2,00!
 Pensei comigo "o que ele vai comprar com isso!" E logicamente tratei de avisar que o moço ali era "mal" e que tem que ter o dinheiro na quantidade certa se não o moço não vende!
 Bem eles comprariam um peixinho de R$1,50.
  Moço abre a gaiola, enfia suas mão dentro e tenta, apenas tenta pegar os gatinhos que assustados fogem do moço!
 Quando ele consegue pegar um, o feroz animalzinho, ameaçando todos com as unhas, foge para debaixo das outras gaiolas !
Os menininhos fazem maior festa "Gatinho! Gatinho!" e moço preocupado em pegar o gato pede os meninos para tentarem  (apenas tentarem) achar o gatinho fugitivo!
 E o moço pega o outro gato da gaiola :
_Nossa moço que gato bravo! Eu não vou levar esse bicho não!
_Ele não é bravo, está apenas assustado, por que não está acostumado a ser tocado!
_você já tirou eles alguma vez da gaiola?
_Não...
E vai moço acariciando o gatinho até ele se acalmar...
E depois que ele se acalmou, me entrega o bichano (como era fofinho!), que em seguida é acariciado por três mãos: A de minha irmã, a minha e a do moço que não era mal!
 Lá vai o moço olhar se o bichinho é macho ou fêmea, e para o meu azar depois de tanto sacrifício, nenhum deles era macho!
Moço não entende que quero um gatinho macho para se chamar "Ronildo" e até me sugere colocar esse nome mesmo sendo fêmea... Bem não foi dessa vez.
 Fui embora como cheguei, sei nem um pelinho de gato na roupa e pergunto ao moço se vai chegar mais gatinhos, e moço também desapontado por seu trabalho em vão me diz que não há previsão.

sábado, 21 de março de 2015

Ah... O Outono!

Ontem iniciou-se o Outono. Durante toda a minha vida tive muito contato com a natureza e durante o outono costumava ir constantemente visitar umas velhas Paineiras que tinha perto da casa em que morava. Eram duas árvores antigas, que ficavam a beira de uma mata. Nesse tempo podia-se achar suas grandes folhas ao chão, e seus galhos enfeitados de painas abertas, como algodão.
  Houve um tempo que eu costumava colher as folhas do chão e escrever frases com pinceis, também colhia painas, mas fazia sem nenhuma intenção.
 Eu sei que nunca mais poderei fazer isso, não naquelas Paineiras, não naquele lugar.
 A coisas na vida que são passageiras, a coisas que não voltarão nunca mais, todas aquelas folhas caídas das árvores durante o outono não voltarão para aquelas árvores  jamais.
 Agora têm outra serventia, irão cobrir no coração daqueles que acreditam aquelas feridas que não se consegue resolver e que tenta-se apenas amenizar, irão fortificar as raízes das árvores, irão enfeitar os dias de outono fazendo com o que parecia ser o fim se torne um dia leve e bonito.
 Os galhos vazios aparentemente secos, captarão sonhos esvoaçando pelo ar, não que irão realizá-los, apenas colhe-los, assim como eu colhia aquelas painas sem nenhuma serventia.
 As vezes é preciso fechar os olhos para a sua realidade e acreditar, por puro querer em algo que é apenas fruto de sua imaginação. E por apenas um momento esquecer que o dia lá fora está nublado ou que o sol está muito quente. É preciso inventar algo que te leve além dessa realidade que as vezes nos é cinza outras um azul beatífico. Isso não custa nada, é de graça você só precisa acreditar no que sempre quis acreditar sem se preocupar se alguém concorda ou não, basta ser você dentro de você!
 E como dizia aquele antigo filme "Fechar os olhos e abrir a imaginação!".

quinta-feira, 19 de março de 2015

Outono de sonhos


"Tanta coisa para se pensar Andrea, e a gente se perde pensando umas mesquinharias!"
 Alguém me disse isso. 13 palavrinhas que por ao menos 40 segundos ocuparam toda a minha mente.
 As vezes me perco divagando, pensando e sonhando coisas que se tornam tão pequenas diante das realizações das outras pessoas que me causam vergonha. O sonho é um lugar livre uma folha de papel, um mural ou qualquer coisa do tipo, você possui giz de cera e tinta guache, agora poderá fazer sua arte: Pintar os desenhos que já estão desenhados em seu coração,  alguns fazem colagem, recortam desenhos de revistas e colam em seu quadro, eu não faço isso!
 Desenho os meus próprios desenhos preferencialmente de giz de cera!
 Hoje estive me perguntando e procurando respostas, sonhar te dá a liberdade de alçar vôos altos, pode-se nesse momento desfrutar do que acredita ser impossível (embora eu não creia no impossível), mas eu estive olhando algumas pessoas e por um momento meus sonhos se tornaram pequenos diante do que elas já haviam feito, tão pouco irei comentar minhas realizações.
 Fiquei questionando e querendo entender, e descobri que alguns sonham pequeno.
 Estão tão limitados quanto a sua realidade que nem no imaginário, onde é você quem cria as leis, onde o poder de escolha realmente está nas suas mãos, ficam presas a uma realidade pequena e sem graça. Acho que sou assim. Não serei mais.
 Quando ainda mais imatura costumava dizer que sonhava no que tinha certeza que não iria acontecer, por que no que eu acreditava não era preciso sonhar. Onde está a lógica nisso? Por favor não me pergunte!
 Acredito que deve-se sonhar no que quer que aconteça, mas as probabilidades terráqueas não apontam estatisticamente muitas chances que isso possa ocorrer, sonhar é como manter um caderno de planos, não adianta todos os dias antes de dormir ficar pensando naquilo, tentando concretizar com o "poder da mente" é preciso realmente "batalhar" para que o que quer seja a sua realidade, pois acredite nem pequenos sonhos, os sonhos naqueles que sonham pequeno, estão fáceis de se realizar.

sábado, 7 de março de 2015

Outono destruído

 Eu sabia que você  não viria.
 Eu sabia que mentiria como todas as outras pessoas.
 Eu sabia que quando dizia que se importava era mentira.
 Eu sabia que confiar em você seria o mesmo de não ter ninguém.
 Eu sabia que isso aconteceria, algo me avisou, disse-me : "Te decepcionará como todos os idiotas fazem!".
 Agora de minha boca não sai nada além de grande desprezo, pela sua pessoa, pela suas palavras e por você por completo...
 O único barulho que ouço é o da chuva molhando o jardim, é o  som dos meus vizinhos almoçando...
 E eu aqui sozinha, sem ninguém...
 Eu tento, mas não consigo conter o fogo que sai dos meus olhos, não consigo conter a raiva que triunfa em meu peito...
 E  essas coisas ruins me fazem companhia e dizem "destrua!".
 Mas eu não sei destruir e sempre que você vem, eu digo "OI!" sorrindo, como uma estúpida qualquer...
 Mas eu sei o que trago dentro de mim, sei que em breve isso incendiará e esse "OI!" ficará extinto.
 Ah... Que raiva!!! Como faço para descarrega-la?
  Como posso de alguma forma me vingar de você?
 Estou farta de suas palavras não cumpridas, de seu desprezo, de sua falta de educação, de sua mentira e daquele lixo que te rodeia!
 Eu quero te fazer algo inesquecível, marcar a sua memória com os meus dedos para você apreender a não brincar com meus sentimentos!
 Quero te dar um grande triunfo de minha pessoa, fazer você notar que nessa tarde eu fiquei aqui te esperando, fazer você ver que eu existo de um jeito bem particular!
 Vou te ensinar a dizer desculpas, já que nunca me pediu isso!
 Vai se lembrar de mim, aliás de suas maldades!
 Contive minhas lágrimas, não irei chorar vou guarda-las para chorar de rir quando você se arrepender de todo mal que me fez!

sexta-feira, 6 de março de 2015

Outono de crises...



As vezes pensamos que tudo está bem...
 Ficamos felizes e animados com a ideia de que nada poderá dar errado agora, andamos tranquilos pelas ruas da cidade,  esquecemos os problemas e comemos satisfeitos uma barra de chocolate, sorrimos para alguém que passa e o vento acaricia nosso rosto e sopra nosso cabelo. Tudo parece estar bem. Apenas parece, não está. Mais tarde os problemas vem a tona, trazendo consigo vírgulas, travessões e exclamações que antes pareciam não existir. Mais uma surpresa do inesperado. Do desconhecido chamado "futuro" que ninguém foi capaz de desvendar.
 Agora é exatamente o contrário...
 Ficamos tristes e desanimados com a ideia de o que poderá dar errado agora, adamos como desesperados pelas ruas da cidade, os problemas não dormem nem nos deixam dormir e se alimentar pode ser desde uma válvula de escape ou até algo que parece inútil fazer diante de tantos embaraços, sorrisos são substituídos por um rosto preocupado, e o vento parece chato nos fazendo cócegas.
Um pessimismo nos rodeia, parece até loucura se otimista diante de tais fatos. Se sente só, mas não quer conversar, talvez porque não há ninguém de confiança, talvez porque as pessoas não se importam ou estão presas ao jornal que parece ter uma notícia interessante sobre alguém que morreu lá na China.
 Há sempre alguém com quem tem de se preocupar, não sobra espaço para te dizerem "Tenha um bom dia!" ou "Você vai ficar bem?". Os seres humanos não têm esse tempo, porque precisam se preocupar com os problemas pessoias seus e de alguém que é mais importante que você para eles. Talvez não gostem de dizerem "Bom dia!", ou quando acontece o milagre de pronunciar tais palavras alguns parecem vomita-las  de sua boca.
 O mundo ficou um espaço chato. Por que alguém de inteligência duvidosa resolveu inverter valores e fazer as coisas boas se chamarem "clichê". Hoje tropeçam em você e quando dizem algo educado é : "Desculpa aí viu!", "Foi mal!"...
 Talvez eu seja um tipo de espécie humana nascida fora do tempo, por que me identifico mais com os tempos passados onde as coisas eram mais simples e se você resolvesse ser correto não seria chamado de "falso moralista", "antiquado" ou "desatualizado" você seria apenas correto e pronto!
 Algumas coisas eu não entendo e nem sei se um dia irei entender.
 Seguindo as evidências o mundo tende a se tornar uma floresta selvagem, cheia de animais selvagens procurando uma árvore alta para se esconder de animais tão selvagens quanto eles mesmos. O monstro não é aquele bichinho peludo de caninos longos e aspecto de  morcego que hoje é considerado "fofinho"...
 O monstro pode ser aquela mais linda criatura boa de ser ver, mas de interior selvagem que anda por aí devorando corações, e esse monstro pode ser seu vizinho, seu amigo ou pior estar no seu espelho, mas não se anime se achando o tal "poderoso destruidor de vidas", porque quando o monstro devora todos ao seu redor e não sobra mais nenhum coração para se alimentar, para saciar sua fome ele devora a si mesmo.